Sobre abraços no axé
Para aqueles que não sabem, sou umbandista e tenho muita, mas é muita mesmo, fé nos guias e Orixás que cultuamos.
Há momentos na vida, em que nos sentimos muito desapontados, tristes, ansiosos, frustrados e muitas outras negatividades passam por nosso interior. Nesses momentos eu desabafo com os guias e Orixás.
Tenho passado por um desses períodos, e estava me sentindo realmente muito mal, então acendi minhas velas e desabafei, o que aliviou muito, mas ainda estava ali. Dias depois, teve uma festa na casa de axé que frequento, festa de Ere (espírito das crianças que vem para prestar a caridade) e de Oxum (Orixá do amor, fertilidade, prosperidade, senhora das cachoeiras e rios) e foi nada menos que maravilhoso.
Durante a gira, mãe Oxum nos abençoou com seu axé, dançou com nosso Senhor da justiça Xangô, os eres vieram trazendo sua alegria, os caboclos estiveram em terra e também os boiadeiros.
Após a ere com quem trabalho voltar para aruanda, estava observando a gira e o boiadeiro do meu pai pequeno estava de frente para mim, ele me olhou e abriu os braços, me chamando para um abraço, e aquele foi o abraço que eu precisava, o acolhimento, o carinho, o amor que eu senti com aquele abraço me tocou de forma tão significativa, me emocionou, e como sempre, eu chorei. E depois daqueles dias difíceis, o abraço do boiadeiro, era tudo o que eu precisava. E depois de alguns minutos de conversa e mais um abraço carregado de axé, me despedi me sentindo muito mais leve.
Tenho uma afinidade muito grande com meu pai pequeno, tenho muito carinho e muito amor por ele, assim como tenho com suas entidades e seu Orixá, e parando para pensar, todas as vezes que estou passando por algum momento difícil, elas vem até mim para conversar ou apenas me dar aquele abraço curador, o que faz eu me sentir ainda mais grata por te-los em minha vida.
Muito axé
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