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Mostrando postagens de outubro, 2022

Sobre abraços no axé

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Para aqueles que não sabem, sou umbandista e tenho muita, mas é muita mesmo, fé nos guias e Orixás que cultuamos.  Há momentos na vida, em que nos sentimos muito desapontados, tristes, ansiosos, frustrados e muitas outras negatividades passam por nosso interior. Nesses momentos eu desabafo com os guias e Orixás.  Tenho passado por um desses períodos, e estava me sentindo realmente muito mal, então acendi minhas velas e desabafei, o que aliviou muito, mas ainda estava ali. Dias depois, teve uma festa na casa de axé que frequento, festa de Ere (espírito das crianças que vem para prestar a caridade) e de Oxum (Orixá do amor, fertilidade, prosperidade, senhora das cachoeiras e rios) e foi nada menos que maravilhoso.  Durante a gira, mãe Oxum nos abençoou com seu axé, dançou com nosso Senhor da justiça Xangô, os eres vieram trazendo sua alegria, os caboclos estiveram em terra e também os boiadeiros.  Após a ere com quem trabalho voltar para aruanda, estava obs...

Deslocada

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                                                                  Já sentiu como se não se encaixasse? Como se não pertencesse a nenhum lugar? A nenhum grupo? E nem a si mesmo em determinados momentos? Sempre a silenciada do grupo, deixada para trás, excluída dos passeios em família, viagens de amigos, simplesmente esquecida. Pois é assim que venho me sentindo, estou tão deslocada que pareço estar vivendo a vida de um outro ser, invadindo seu cotidiano, usurpando sua vida pouco a pouco, olhando tudo através de seus olhos, ou por uma janela entreaberta. Tento viver essa vida que não é minha, deslocada de tudo e todos, tentando me encaixar e quanto mais eu tento, mais desencaixo. Algumas pessoas já me disseram que isso é “coisa da minha cabeça”, e acredito que realmente possa ser, mas isso não faz mudar o que sinto quando...

Desabafos de uma jovem mãe

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  Há dias em que me pego imaginando como seria se eu não tivesse engravidado aos 20 anos, que tipo de mãe eu seria se engravidasse agora aos 27, ou até mesmo aos 25? Será que eu estaria mais preparada para educar e cuidar de um pequeno ser humano? Será que meu psicológico estaria menos fodido se fosse mãe aos 25 anos ao invés dos 21? Me sentiria menos perdida? Me sentiria digna de ser mãe de uma criança tão cheia de luz e energia? Será que eu saberia como ser mãe? Faz 5 anos e eu ainda me sinto perdida, que estou fazendo tudo errado, despreparada, DESESPERADA, afinal, não tive exemplos para me espelhar, nem conselhos, em conversas livres de julgamento ou pena. A maior parte do tempo sinto que não estou sabendo educá-lo, isso pesa tento que me pressiona e aperta de todos os lados, eu quero chorar, quero gritar, estou fracassando, e a culpa é toda minha, e me dói não ter com quem conversar. Você pode se perguntar “mas e o pai?”, está aqui, é presente, porém o fard...

Devaneios da madrugada

 A noite chega, eu me deito, porém eu não durmo. A ansiedade chega trazendo consigo a insônia e pensamentos, que me remetem ao passado, escolhas que fiz, e me vem o questionamento: Como cheguei a esse ponto da vida? Lembro então de algumas escolhas que fiz, algumas boas, outras ruins, escolhas seguras, certas e erradas, algumas tão erradas que quase acabaram comigo. Em seguida, penso nas pessoas que passaram por minha vida, aquelas que estão comido desde que iniciei minha jornada, aquelas que me deixaram por um período e retornamos a nos encontrar, aquelas que chegaram e se foram, as que seguiram apenas caminhos diferentes, pois faz parte da vida, e aquelas que partiram para sempre. Lentamente os sentimentos me invadem, me sinto feliz e grata por todas as coisas boas que vivi e as pessoas que estão ao meu lado. E vem a tristeza, sufocante, a solidão por ter perdido o meu chão, a dor por muito tempo sufocada “você não pode chorar”, foi o que me disseram inúm...